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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Era uma vez uma mangueira

Pela janela do meu quarto, na casa dos meus pais, eu sempre vi um pé de mangueira, no quintal de um vizinho.
Sei lá desde quando, ela sempre esteve lá.
Por estar sem cuidados, nem sei se dava manga, mas estava sempre lá.
O imóvel já estava vazio a um bom tempo.
Quando éramos crianças, moravam os padrinho do meu irmão.
Crescemos, eles se mudaram, o padrinho morreu.
Os herdeiros venderam a propriedade.
Antes de eu ir para o Japão, existiam um comércio lá, uma loja que vendia antenas.
Fechou, também hoje em dia muita gente tem TV a cabo, pra que antenas né?
Ficou fechada por um tempão, quando voltei no ano passado, estava fechado.
Mas a mangueira continuava lá.
Era a primeira coisa que eu via assim que acordava, até porque por ela sabia quando estava ventando ou não.
Via as folhas balançando, sabia que estava ventando. Do contrário, sabia que o ar estava totalmente parado.
Nesta semana, ficamos sabendo que alguém comprou o imóvel, o que vai ser ainda não sei.
Estão reformando, esta fechado com madeiras na frente.
E a mangueira, foi embora.
Eles cortaram a árvore.
Ontem começou o corte, hoje acordei com a uma serra elétrica funcionando.
Deu uma certa tristeza.
E o dia frio, nublado aumentou essa sensação.
A árvore desapareceu.
Foi embora.
E o tempo passa....
Minha filha não verá essa árvore quando crescer.
O que mais será que ela deixara de ver?