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quinta-feira, 24 de agosto de 2006

TREM DA VIDA


TREM DA VIDA



*Silvana Duboc*



Há algum tempo atrás li um livro
que comparava a vida a uma viagem de trem.
Uma leitura extremamente interessante,
quando bem interpretada.
Isso mesmo,
a vida não passa de uma viagem de trem,
cheia de embarques e desembarques,
alguns acidentes, agradáveis surpresas
em muitos embarques e grandes
tristezas em alguns desembarques.



Quando nascemos,
entramos nesse magnífico trem
e nos deparamos com algumas pessoas,
que julgamos,
estarão sempre nessa viagem conosco,
nossos pais.
Infelizmente isso não é verdade,
em alguma estação eles descerão
e nos deixarão órfãos do seu carinho,
amizade e companhia insubstituível.
Isso porém não nos impedirá
que durante o percurso,
pessoas que se tornarão muito
especiais para nós, embarquem.
Chegam nossos irmãos, amigos,
filhos e amores inesquecíveis!



Muitas pessoas embarcarão nesse
trem apenas a passeio, outras encontrarão no
seu trajeto somente tristezas
e ainda outras circularão por ele
prontos a ajudar quem precise.
Vários dos viajantes quando desembarcam
deixam saudades eternas,
outros tantos quando desocupam seu assento,
ninguém nem sequer percebe.



Curioso é constatar que alguns
passageiros que se tornam tão caros para nós,
acomodam-se em vagões diferentes dos nossos,
portanto somos obrigados a fazer
esse trajeto separados deles,
o que não nos impede é claro
que possamos ir ao seu encontro.
No entanto, infelizmente,
jamais poderemos sentar ao seu lado,
pois já haverá alguém ocupando aquele assento.



Não importa, é assim a viagem,
cheia de atropelos, sonhos, fantasias,
esperas, despedidas, porém, jamais, retornos.
Façamos essa viagem então,
da melhor maneira possível,
tentando nos relacionar bem com os outros passageiros,
procurando em cada um deles o que tiverem de melhor,
lembrando sempre que em algum
momento eles poderão fraquejar
e precisaremos entender,
porque provavelmente também
fraquejaremos e com certeza haverá
alguém que nos acudirá
com seu carinho e sua atenção.



O grande mistério afinal é que nunca
saberemos em qual parada desceremos,
muito menos nossos companheiros de viagem,
nem mesmo aquele que
está sentado ao nosso lado.
Eu fico pensando se quando descer
desse trem sentirei saudades.
Acredito que sim,
me separar de muitas amizades
que fiz será no mínimo doloroso,
deixar meus filhos continuarem a viagem
sozinhos será muito triste com certeza....
mas me agarro na esperança que em algum
momento estarei na estação principal e com
grande emoção os verei chegar.
Estarão provavelmente com uma bagagem
que não possuíam quando embarcaram
e o que me deixará mais feliz será ter a certeza
que de alguma forma eu fui uma grande
colaboradora para que ela tenha crescido
e se tornado valiosa.



Amigos,
façamos com que a nossa estada
nesse trem seja tranqüila,
que tenha valido a pena
e que quando chegar a hora
de desembarcarmos o nosso lugar
vazio traga saudades e boas recordações
para aqueles que prosseguirem a viagem.

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