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sábado, 12 de março de 2011

Tremor de 8,9 provoca tsunami devastador no nordeste do Japão - 11/03/2011

O terremoto é um dos mais potentes da história e deixou dezenas de mortos. Pelo menos 19 países, incluíndo quatro sul-americanos, emitiram alerta de tsunami




Redação Época



DEVASTAÇÃO
Casas em chamas são vistas em meio ao tsunami que atingiu a cidade de Natori, na província de Miyagi


Um dos terremotos mais potentes já registrados em toda a história atingiu o nordeste do Japão na tarde desta sexta-feira (madrugada no horário do Brasil), deixando dezenas de mortos e provocando uma onda gigante que fez pelo menos 19 países da região do Pacífico emitirem um alerta de tsunami. Segundo informações de 10h30 da manhã, 90 pessoas morreram e o número de desaparecidos ainda é incerto. Um pouco mais tarde, a rede estatal NHK disse ter recebido informações de que entre 200 e 300 corpos teriam sido encontrados apenas em Sendai. Todos de pessoas que morreram afogadas.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o tremor principal foi registrado às 14h46 (2h46 da manhã em Brasília) e teve magnitude de 8,9 graus na escala Richter – ainda mais potente que aquele que afetou duramente o Chile em 2010, de 8,8 graus. O epicentro estava próximo ao leste de Honshu, a ilha principal do arquipélago que forma o Japão. A cidade grande mais próxima do epicentro é Sendai, a 130 quilômetros de distância. A capital, Tóquio, fica a 373 quilômetros do epicentro. O tremor principal foi seguido por dezenas de choques secundários, alguns deles com magnitude de até 7,1 graus na escala Richter.


As imagens mostradas pelas emissoras japonesas e internacionais deram uma dimensão do tamanho da devastação. A japonesa NHK mostrou imagens aterradoras de Sendai, cidade na província de Miyagi. Uma onda de água do mar invadiu a terra arrastando tudo o que havia pela frente. A onda, de quatro metros, levou com facilidade barcos de pesca e navios para a costa. Quando entrou em choque com a terra firme, a onda ficou mais baixa, mas incrivelmente rápida. As embarcações, então, se juntaram a carros, caminhões e destroços de construções. O mar de destruição avançou arrasando diversos hectares de uma área agrícola na cidade. Zonas urbanas também foram duramente atingidas, e a onda chegou até o aeroporto de Sendai, que ficou completamente submerso.

Outra província bastante atingida foi a de Fukushima, ao sul de Miyagi, onde a onda gigante chegou com uma altura de 7 metros, também causando grande destruição. Um reator nuclear na província teve problemas, fazendo com que o governo local emitisse um alerta e ordenasse a evacuação de milhares de pessoas. O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, no entanto, disse que nenhum dos 11 reatores nucleares do país teve vazamentos.

Um alerta de tsunami foi emitido para quase todos os países banhados pelo Pacífico. Entre esses países estão Rússia, Indonésia, Estados Unidos (por conta do Havaí) e até a costa oeste sul-americana, onde ficam Colômbia, Peru e Chile.

A operadora de telefonia NTT colocou à disposição da população o telefone de emergência 171, por meio do qual é possível descobrir locais de refúgio, a melhor rota para deixar uma região perigosa e outras informações. Por meio do site https://www.web171.jp/top.php também é possível conseguir informações.


Quatro províncias foram as mais afetadas pelo terremoto no Japão




Miyagi, Fukushima, Iwate e Ibaraki, todas na costa leste do Japão, sofreram os maiores danos depois do tremor de 8,9 graus na escala Richter que afetou o Japão nesta sexta-feira (11)



Redação Época


O terremoto de 11 de março de 2011 não será esquecido tão cedo nas províncias japonesas de Miyagi, Fukushima, Iwate e Ibaraki. Quando o mundo voltar a falar da crise no Oriente Médio e de outras tragédias naturais, as quatro províncias ainda estarão tentando se reerguer após a devastação provocada pelo tremor de 8,9 graus na escala Richter que atingiu o Japão na tarde de sexta-feira (madrugada no Brasil). O arquipélago japonês foi afetado de norte a sul, mas nessas quatro províncias a devastação foi especialmente cruel. Áreas urbanas e plantações ficaram completamente destruídas, enquanto fábricas, aeroportos, portos e até usinas nucleares foram duramente afetadas.





SOMA O porto da cidade ficou quase que totalmente submerso
 Soma e Iwaki foram as cidades de Fukushima mais destruídas pelo tsunami provocado pelo tremor. No total, pelo menos 1,8 mil residências sucumbiram na província. Em Soma, o porto da cidade ficou completamente embaixo d’água. Em Iwaki, o tremor abriu crateras nas ruas, derrubou casas e provocou incêndios em diversos locais. Quando a onda gigante chegou, acompanhada de muita chuva, arrastou os destroços para dentro da cidade, ampliando o caos. Moradores de Fukushima também foram obrigados a evacuar uma área com raio de dez quilômetros ao redor da usina nuclear de Fukushima Daiichi. Um dos reatores da central esquentou demais pois o sistema de resfriamento apresentou defeitos. A pressão se elevou no reator e o governo japonês temia que material radioativo tivesse vazado, em forma de vapor. Um acidente nuclear pior que o de Chernobyl era cogitado por alguns especialistas.

Em Miyagi, o cenário também foi aterrador. Imagens de televisão conseguiram captar a onda gigante cruzando o oceano e atingindo em cheio a costa da cidade de Natori. O rio Natori, que dá nome à cidade, alagou afetando inúmeras partes do município e muitas regiões costeiras ficaram submersas. A pequena Kesennuma, com 74 mil habitantes, viu um terço de seu território ficar embaixo d’água por conta do tsunami. Inúmeras imagens mostraram os habitantes buscando refúgio no alto dos prédios enquanto observavam os ferros retorcidos de outras construções. Uma imagem divulgada pelas Forças de Defesa do Japão mostrou um bloco de muitas construções pegando fogo em Kesennuma.

Outra cidade bastante afetada foi Sendai. A emissora japonesa NHK mostrou imagens aterradoras, com o onda gigante invadindo a terra e arrastando tudo o que havia pela frente. A onda, de quatro metros, levou com facilidade barcos de pesca e navios para a costa. Quando entrou em choque com a terra firme, ficou mais baixa, mas incrivelmente rápida. As embarcações, então, se juntaram a carros, caminhões e destroços de construções. Motoristas desesperados tentavam manobrar seus carros para fugir da onda, mas alguns não conseguiram. O mar de destruição em Sendai avançou arrasando diversos hectares de uma área agrícola na cidade. Zonas urbanas também foram duramente atingidas, e a onda chegou até o aeroporto de Sendai, que ficou completamente submerso.

Na província de Iwate, a onda gigante chegou com força às zonas urbanas de diversas cidades. Uma das mais atingidas foi Kamaishi, onde a cheia fez com que os carros se chocassem com o alto de alguns prédios. A pequena Rikuzentakata também teve um destino trágico. Imagens de um cinegrafista amador mostraram o pequeno vilarejo momentos antes da chegada da onda. De repente, uma parede de água cobriu a cidade, que ficou, segundo o corpo de bombeiros, “quase que completamente destruída”.





OARAI
Redemoinho se formou na costa da cidade, e arrastou uma lancha para seu centro

Em Ibaraki, a devastação também foi de grandes proporções, mas duas cidades produziram imagens históricas do tremor de sexta-feira. Em Mito, uma cena impressionante mostrou um funcionário da companhia Nexco East andando no que era a autoestrada Joban e que se tornou uma espécie de escada deformada feita de terra e asfalto. Em Oarai, na costa de Ibaraki, o mar invadiu a terra e, em frente ao porto da cidade, provocou a formação de um redemoinho, tão forte que arrastou uma lancha para seu vértice.

A expectativa do governo japonês era de que o número de mortes provocadas pelo terremoto passasse de mil. Em um levantamento divulgado por volta das 21 horas (de Brasília, 9h da manhã no Japão), o governo informava que 271 corpos haviam sido encontrados em nove províncias e que 681 pessoas estavam desaparecidas. O número deve crescer rapidamente no fim de semana. Apenas em Sendai, a polícia local disse ter encontrado, ainda na tarde de sexta-feira, entre 200 e 300 corpos de pessoas que morreram afogadas.

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